quinta-feira, 22 de novembro de 2007

TOCO

Antes de tudo, peloamordedeus, me perdoem vezes mil. Eu devia ter postado há 15 dias, não valho nada, estou comprometendo a sólida credibilidade que levamos anos para conquistar, que levamos anos para conquistar.
Tentarei me redimir com o texto abaixo, que escrevi quando tinha 16 anos, super influenciada pelas "Capricho" da vida e sobretudo pela luta entre os sexos, Girl Power, menino contra menina e talz. Mas acho ele engraçadinho e metido a besta, dá pra rir, divido-o com vocês.
...
Toco é a representação vocal dos sentimentos mais sublimes guardados no íntimo de cada ser humano, na maioria das vezes expresso por nós, mulheres. Ou, traduzindo, é o “Não” que você diz pro chulé que tá te aporrinhando na night. Não existe mulher no mundo, por mais feia que seja, que nunca tenha tido o prazer de dar um toco. Simplesmente não existe. Porque nesse papo de machismo, aonde os costumes deixam o encargo de tomar a iniciativa pros garotos, nós mulheres ganhamos o sublime presente de Deus de poder negar calorosamente os seus atrapalhados métodos de aproximação.

A ARTE DO TOCO

Situação nº1: A GROSSA

- Aí gatinha, qual o seu nome?
- Por que você quer saber?
- Iii... calma... só tô querendo conversar.
- Então porque tá falando tão perto da minha boca e com a mão na minha cintura?
- É porque o som tá muito alto e eu quero ouvir a sua voz que se for maravilhosa que nem o seu rostinho eu já tô satisfeito.
- Aí... boate num é lugar de conversar não, valeu?!
- Então a gente pode fazer outras coisas...
- Boa idéia... xou ir no banheiro que essa vodka desceu mal.

A situação 1 descreve uma situação bem corriqueira. A dos chatos que chegam querendo conversar. Esse tipinho é praxe nas boates mais sociaizinhas. A figura chega perguntando nome, o que faz da vida, onde trabalha, o que gosta de fazer. No meio do lenga la lenga manda várias cantadinhas e no final te convida pra apreciar a vista do cantinho do bar. CUIDADO!!! Esse tipinho é difícil de dar chega pra lá, porque vem com papo de legalzinho, e se você for grossa de primeira, ele tira o corpo fora dizendo que só queria conversar. Esse tipinho, que quer nos vencer pelo cansaço, vai odiar se você responder a todas as perguntas secamente, sem olhar muito na cara dele, e, principalmente, sem lhe fazer perguntas. Se o cara extrapolar na falta de semancol, o que provavelmente vai acontecer (não esqueça que são HOMENS), diz que vai dar uma volta. Esse tipinho acha que vai te ganhar na lábia, e não costuma apelar pros puxõezinhos de mãozinha.

Situação 2: PUXÃOZINHO DE MÃOZINHA

- (puxãozinho de mãozinha masculino)
- (tiração de mãozinha feminina)
- (puxação de braço)
- (chega pra lá feminino)
- (puxação de cabelo)
- (empurrão violento) Olha o que você fez na minha escova, muleque?!

A situação 2 é o que normalmente vemos nas noites mais destinadas a guerra como essas grandes festas a fantasia e etc... Ela narra um momento mais pré-histórico dos garotos que fazem como um “cabo de guerra” entre ele e suas amigas, com você no meio. Nesse tipo de situação realmente as amigas são a melhor solução. Esse tipo de garoto odeia os “trenzinhos” de meninas, onde umas protegem as outras dos corredores formados por esses cavernosos. Vale lembrar que é a tática preferida dos tímidos e dos péla-sacos que nem conseguem trocar uma idéia com as meninas. CUIDADO!!! Ficar com esse tipinho é se contentar com uns beijinhos e olhe lá... eles adoram é fazer número.

Situação 3: OS ORIGINAIS & ENGRAÇADINHOS

- Oi... posso te fazer uma pergunta?
- Pode né...
- Se você estivesse num jogo com um adversário muito difícil aonde fosse quase impossível ganhar, o que você faria... desistiria ou jogaria mesmo assim?
- O que???????
- É... Se você estivesse num jogo com um adversário muito difícil aonde fosse quase impossível ganhar, o que você faria... desistiria ou jogaria com ele sem medo de perder?
- Cara... eu não tô entendendo... que jogo?
- Qualquer jogo gata... você acha que eu deveria desistir?
- - Aí... num tô te ouvindo.. repete...
- Você acha que eu devo desistir?
- Desistir do que meu filho?
- Ah você sabe... você acha que o jogo tá perdido?
- Ahnnnn????

A situação 3: relata o tipinho mais freqüente em barzinhos, que chegam com um papo intelectual, ou com uma brincadeirinha aparentemente inofensiva. CUIDADO!!! Esse é o mais difícil de dar o toco final, já que todas as suas insinuações costumam ser discretas e evasivas. O segredo é se fazer de idiota, fingir que não tá entendendo nada pra que no mínimo o irrite e o faça chegar na lata, te deixando como solução o famoso “na na ni na não”.

Essas três situações ilustram o básico do básico do que costumamos assistir nessas noitadas da vida. Dar toco é sim uma arte. Se somos diretas no não, eles nos chamam de grossas, mal educadas, metidinhas. No entanto, se damos conversa pra tentar fazer um tipo legal, eles grudam no nosso pé, não entendendo que educação não é cu-doce. Logicamente o negócio é sacar qual é a do garoto e ser o mais objetiva possível sem deixar de lado a classe tão peculiar feminina. E pensar em formas de sair por cima claro... tipo.. pra que dizer o seu nome de verdade?! Aproveite esses momentos de toco para inventar mentirinhas engraçadas, deixar fluir a imaginação. Agora o segredo mesmo é o tapinha nas costas. Seja você do tipo grossa, desentendida, simpática, engraçadinha... tapinha nas costas combina com qualquer tipo de toco e é a arma mais eficaz contra os chicletes de plantão.

14 comentários:

Flávia Feijó disse...

Rosinhaa! Passei mal de rir com esse texto! Já passei por todas essas situaçoes...já armei barraco, já chamei amigo, já perdi pulseira, brinco então, nem se fala...já ouvi histórias bizarras, já dei nome falso e caí em contradição, e,claro, depois de seu conselho, já dei o famoso "tapinha nas costas" também...haaha
realmente, uma arte...

Unknown disse...

Sua escrita está começando a aparecer. Ou apareceu um dia e você a esqueceu. Na segunda linha eu sabia que era o seu texto. Ainda é uma indicação que brota, incipiente. Mas começa a ter forma, traços próprios. Isso é bom, independente das críticas que possam fazer à sua prosa literária. Recomendo que você se lembre da sua escrita aos 16 anos de idade. Talvez ela fosse mais sincera e mais espontânea. Pode ser uma possibilidade de escrita para você. Agora vamos ao conteúdo do seu texto.
Não se trata de criticá-lo, no momento, mas de apontar outras possibilidades, desdobramentos menos comuns, pois sobre esse tema, nessa linha, todos escrevem. Que tal escrever, por exemplo, sobre as mulheres que não conseguem acompanhar uma conversa, descompromissada, informal até? Ou quem sabe sobre a sublime ausência de sensibilidade daquela que pensa que o garoto está interessado nela apenas porque ele está conversando com ela, e não outras, e, ao fim, quando ele diz que ela é muito legal, que foi um prazer conhecê-la e vai embora, deixando-a com a cara no chão? Talvez sobre aquele tipo muito comum também, pouco egocêntrica, que pensa da seguinte maneira: "Olha fulana, que gatinho!"."Humpf, mas ele nem olhou para mim, na certa é gay". Mal sabe ela, a pobre ( de espírito ) que ele a achou tosca ou nem a notou. Ou talvez inverter a situação, o que seria o grande choque para as mulheres: tratar das situações nas quais os homens dispensam as mulheres. Ou, mesmo dentro do seu tema, avançar mais no universo feminino, mostrando suas expectativas para esses momentos, seus anseios em relação ao sexo oposto, deixando sempre claro que não há fórmula matemática do amor. Da forma colocada, deixa a impressão de que sempre que um dos três "tipos ideais" aparecer, fará aquele perfil, e as meninas devem descartá-lo imediatamente. Já imaginaram que engraçada coincidência se alguma de vocês conhecer o grande amor de suas vidas num barzinho, chegando com alguma conversa parecida?

Zeh disse...

De fato, não tem nada melhor que o tapinha nas costas, até mesmo para os gays. Embora, em nosso caso, a abordagem se dê, comumente, por olhares... Se é recíproco, o outro chega, se não, parte-se pra outro.

Ótimo texto, ótima escrita.
Tenho pensando em uns nomes para te substituir aqui no divã durante o pós-parto, como acontece com a apresentadora Angélica. Eu voto no Alberto Godin. rs

Flávia Feijó disse...

O Zé e sua megalomania...

Zeh disse...

retirem o que disse.
voto no vizinho da Deborah, o Aguinaldo...
:)

Flávia Feijó disse...

gente sabe do q eu lembrei agora? daquela peça radiofônica que a gente fez..."Ninguém entende as mulheres", que a Rosa fazia a mulher e tinha o cara mala...lembra???

Rosa disse...

aliás flavinha, o que aconteceu com aquela radionovela? perdida para sempre?

Unknown disse...

Chegueiiii pra botar uma banca aqui.... Pra começar eu adorei o artigo... Mas eh claro q uma opiniao masculina vai contar agora !!!
a começar com a situacao 3... Eu jah vinha aqui acabar com essa "garota numero 3". Jah ia perguntar se ela era burra ou algo do genero mas depois li q ela estava se fazendo de burra. (PONTO PRA VCS !!!)
agora vem cá ! de uns tempos pra ca os homens n tem chegado mais em mulheres. Elas q estão chegando nos homens. ESPECIALMENTE DOS Q TEM NAMORADA. eh incrivel o q eu vejo na faculdade e em outros lugares !!! STOWE principalmente ! Será alguma fixação pelo proibido ? E elas geralmente n desistem no primeiro toco até pq ele n "existe" qse nunca! HUAHUAUHAUH Eh isso ae. Parabens pelo artigoooo !

Unknown disse...

E parabens ao comentario brilhante do RAFAELLL

Flávia Feijó disse...

ihh..olha so quem aparece cheio de marra comentando por aqui...só pq postou um texto no blog, acha q tá podendo né??
Pq vc não segue a sugestão do Rafael e faz um "Direito de Resposta" dos homens? eu JURO que publico!

Rackel disse...

Kra... eu passei por esse blog mto por acaso e quando li esse texto, quase caí da cadeira de tanto rir!

Poxa, vc está mesmo de parabéns! Seu texto me fez lembrar nostalgicamente a minha época de leitora da 'Capricho' e dos tocos q já dei algumas vezes.

Grande bj, vou add o blog no favoritos e ler sempre q der.

Rackel disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Thati´s words of wisdom disse...

adorei =)

Anônimo disse...

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